✍️ Escrito por Dra. Heloisa R. Borges | Doutora em Ciências da Saúde, Especialista em Segurança Emocional, Resiliência e Inteligência Produtiva
Perfil no site
Desde maio deste ano, todas as empresas brasileiras têm uma determinação legal clara: mapear riscos no ambiente de trabalho, incluindo fatores que impactam a saúde mental. Essa mudança, atualizada pela Portaria nº 1419/24 da NR-1, representa a entrada definitiva da saúde emocional na agenda de conformidade corporativa.
No entanto, ainda são poucas as organizações que compreenderam plenamente o tamanho dessa virada. Em 2026, as multas começarão a ser aplicadas. Até lá, a pergunta urgente que precisa ser feita é: o que você fez pela sua empresa e colaboradores até agora?
“Saúde mental não é custo. É o que garante que toda a estrutura permaneça de pé.”
— Dra. Heloisa R. Borges
O impacto invisível do descuido emocional
Como especialista em resiliência e pesquisadora do comportamento organizacional, testemunho diariamente efeitos que os números não mostram:
- Olhares que se apagam
- Criatividade que se esgota
- Colaboração que se retrai
- Entusiasmo que desaparece
Pessoas emocionalmente fragilizadas não deixam de trabalhar imediatamente, mas deixam de entregar seu potencial completo.
Segundo dados do Observatório de Saúde do Trabalho, mais de 30% dos afastamentos no país têm relação direta ou indireta com adoecimento emocional. Um colaborador desengajado pode gerar perda equivalente a três salários anuais por queda de performance e retrabalho.
O alerta é claro: as pequenas erosões diárias custam caro para a empresa — mesmo sem serem visíveis nos relatórios financeiros.
Vida pessoal e produtividade: um fluxo inevitável
O ciclo é simples: a vida pessoal influencia a produtividade, e a produtividade influencia a vida pessoal.
- Profissionais exaustos por problemas familiares chegam ao trabalho com desempenho reduzido.
- Aqueles que sofrem sobrecarga ou assédio carregam tensão que compromete resultados.
“O trabalhador não tem botão de desligar. E a empresa que ignora isso desperdiça seu maior ativo.”
— Dra. Heloisa R. Borges
A NR-1 veio reconhecer essa realidade, tornando a gestão da saúde emocional uma obrigação legal, não apenas uma ação motivacional. Empresas que não se adaptarem enfrentarão dois tipos de custos:
- Financeiro regulamentar — multas e penalizações a partir de 2026.
- Financeiro operacional — queda de desempenho, absenteísmo, rotatividade e danos à reputação.
Transformando prevenção em cultura
Não basta ações pontuais como palestras ou cafés da manhã. A prevenção precisa ser permanente, envolvendo:
- Liderança engajada
- Comunicação interna consistente
- Diagnóstico contínuo de riscos psicossociais
- Desenvolvimento de competências emocionais
Empresas que prosperarão nos próximos anos entendem que saúde mental é parte da estratégia de competitividade, e não apenas um benefício voluntário.
“Não existe alta performance sustentada sem saúde emocional. O lucro mais seguro nasce do cuidado com as pessoas.”
— Dra. Heloisa R. Borges
O papel do líder na nova NR-1
Líderes preparados:
- Escutam e orientam colaboradores
- Distribuem demandas de forma equilibrada
- Reduzem conflitos e fortalecem confiança
Líderes despreparados:
- Amplificam crises
- Geram estresse e retrabalho
- Comprometem resultados
Organizações que decidiram agir antes da dor estruturaram programas anuais alinhados à NR-1, incluindo:
- Treinamento de líderes
- Mapeamento interno de riscos psicossociais
- Ações de fortalecimento emocional
Resultado: melhora do clima, metas alcançadas com mais eficiência, colaboração espontânea e redução de custos indiretos.
Janeiro Branco: o marco para iniciar a mudança
O Janeiro Branco tornou-se referência nacional para a atenção à saúde emocional. Ele oferece o contexto ideal para que líderes e equipes começem o ano com consciência, preparo e um plano claro de gestão de risco psicossocial.
Meu trabalho como consultora e pesquisadora é desenvolver trilhas de fortalecimento alinhadas às exigências legais e necessidades humanas, criando espaços de prevenção que sustentem produtividade, inovação e segurança emocional.
“Nenhuma conta fecha quando pessoas adoecem. Nenhum indicador se sustenta quando equipes trabalham esgotadas e desconectadas.”
— Dra. Heloisa R. Borges
Conclusão: agir antes da crise
A NR-1 abriu a porta da conformidade. A cultura organizacional define se a empresa atravessará essa porta de forma preventiva ou reativa.
Empresas que agem com antecedência:
- Protegem resultados, pessoas e reputação
- Reduzem riscos financeiros e operacionais
- Sustentam crescimento e inovação
Empresas que ignoram os sinais:
- Pagam caro pelo que preferiram não ver
- Sofrem queda de desempenho e absenteísmo
- Perdem competitividade
O futuro do trabalho exige ambientes mais seguros, lideranças preparadas e culturas corporativas que valorizem o cuidado antes da crise.
✍️ Escrito por Dra. Heloisa R. Borges
Doutora em Ciências da Saúde, Especialista em Segurança Emocional, Resiliência e Inteligência Produtiva
